Não comprometa mais de 30% da renda com dívidas

Não comprometa mais de 30% da renda com dívidas

Enfrentar o desafio do endividamento exige planejamento e disciplina. Quando as parcelas ultrapassam um certo percentual da renda, a vida financeira pode rapidamente se tornar insustentável.

O panorama do endividamento no Brasil

Em abril de 2025, o endividamento das famílias brasileiras alcançou 77,6%, repetindo aumento pelo terceiro mês seguido. Esses dados revelam um índice historicamente elevado de endividamento que gera preocupação em especialistas e consumidores.

Segundo levantamento do Serasa, cerca de 73 milhões de brasileiros estão endividados, com as faixas etárias entre 41 e 60 anos liderando a inadimplência (35,1%), seguidos pelos adultos de 26 a 40 anos (34%).

Entendendo o limite dos 30%

A recomendação predominante é manter o comprometimento da renda com dívidas em até 30% da renda líquida. Quando esse patamar é ultrapassado, surge um alto risco de inadimplência financeira e desequilíbrio orçamentário.

Alguns especialistas ainda defendem um limite mais conservador, de até 10%, devido às taxas de juros elevadas praticadas no país. Manter esse teto significa garantir gestão saudável das finanças pessoais e reduzir o estresse financeiro.

Exceções legais e limites máximos

Existem regras específicas para modalidades de crédito, que servem de referência para seguridade jurídica:

Consequências de ultrapassar o limite recomendado

Ultrapassar 30% da renda em dívidas deixa a família vulnerável a imprevistos. Despesas essenciais como moradia, alimentação e saúde podem ficar de lado, agravando o ciclo de endividamento.

  • Formação de uma verdadeira sinal claro de alerta financeiro.
  • Aumento de taxas e encargos por atraso, gerando a chamada “bola de neve”.
  • Comprometimento da qualidade de vida e da saúde mental dos devedores.

Distribuição do orçamento familiar

Em média, 50% do orçamento doméstico brasileiro é consumido por despesas básicas: moradia, alimentação, transporte e saúde. Isso deixa apenas metade da renda disponível para lazer, planejamento e eventual quitação de dívidas.

Quando 30% desse saldo é alocado ao serviço da dívida, o espaço para imprevistos fica ainda mais restrito, tornando imprescindível o controle rigoroso dos gastos.

Estratégias para manter o comprometimento abaixo de 30%

Adotar medidas preventivas e corretivas ajuda a evitar o descontrole financeiro. Veja algumas dicas:

  • Priorize o pagamento das dívidas com juros mais altos e renegocie títulos atrasados.
  • Utilize planilhas ou aplicativos para acompanhar receitas e despesas em tempo real.
  • Corte gastos supérfluos, como assinaturas não utilizadas e compras por impulso.
  • Estabeleça um prática renegociação de dívidas caras assim que perceber o comprometimento se aproximando de 30%.

Tendências e projeções para 2025 e além

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) projeta crescimento do endividamento familiar até o final de 2025, impulsionado por linhas de crédito facilitadas e cenário econômico instável.

Manter-se dentro do limite recomendado é fundamental para enfrentar oscilações futuras. Caso contrário, a tendência é ampliar o número de inadimplentes e agravar a saúde financeira das famílias.

Por isso, a adoção de medidas de prevenção e controle é capaz de assegurar crescimento contínuo do endividamento familiar sob condições sustentáveis, promovendo maior tranquilidade e segurança financeira.

Conclusão

Controlar o comprometimento da renda com dívidas em até 30% não é apenas uma recomendação técnica, mas uma estratégia essencial para preservar o equilíbrio financeiro e a qualidade de vida.

Com planejamento, renegociação e uso consciente do crédito, é possível construir uma trajetória mais estável, evitando surpresas e consolidando um futuro econômico mais promissor.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

Fábio Henrique, 32 anos, é redator no documentarios.org, especializado em finanças pessoais e crédito.