Cartão com chip ou por aproximação: qual é mais seguro

Cartão com chip ou por aproximação: qual é mais seguro

Nos últimos anos, o Brasil testemunhou um verdadeiro crescimento acelerado dos pagamentos digitais, transformando a maneira como consumidores interagem com estabelecimentos físicos. A conveniência e a rapidez se tornaram requisitos básicos para quem busca praticidade no dia a dia.

Com isso, surgem dúvidas legítimas sobre a robustez das diferentes tecnologias disponíveis e sobre qual modalidade oferece a maior proteção contra fraudes sem abrir mão da agilidade. Este artigo analisa em detalhes o funcionamento, as vulnerabilidades e as recomendações para que você escolha com segurança.

Panorama dos pagamentos no Brasil

Dados recentes da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) mostram que as transações com cartão de crédito por aproximação passaram de 23,1% em 2022 para 31,1% em 2023. Essa evolução reflete a preferência de 81% dos jovens entre 18 e 24 anos pelo sistema contactless no último ano.

Em setembro de 2023, pela primeira vez, mais da metade das compras presenciais foram realizadas por aproximação, superando o cartão com chip tradicional. O volume movimentado chegou a mais de R$ 256 bilhões apenas nessa modalidade, consolidando a tendência rumo a pagamentos sem contato físico.

Tecnologias em foco: chip e aproximação

O cartão com chip, baseado no padrão EMV, gera um código único para cada transação, o que dificulta fortemente a clonagem. Para valores mais altos, a senha do portador é exigida, adicionando uma proteção extra que reforça a confiabilidade do processo.

Já o cartão por aproximação utiliza tecnologia NFC para transações seguras, permitindo a troca de dados criptografados ao aproximar o plástico da máquina. Em operações de valor inferior a R$ 200, muitas emissores dispensam a senha, acelerando a experiência, mas mantendo os protocolos de segurança para compras de maior porte.

Mecanismos de segurança integrados

Um dos pilares da proteção é a criptografia avançada que envolve todo o fluxo de dados, desde a leitura física até o envio ao emissor. Além disso, há análise de risco em tempo real, realizada por algoritmos e inteligência artificial, capaz de identificar padrões fora do normal e bloquear transações suspeitas.

A tokenização substitui dados reais do cartão por tokens exclusivos a cada operação, evitando que informações sensíveis sejam expostas em eventuais interceptações. Essa prática, aliada a camadas de segurança do sistema financeiro instaladas no terminal e na rede do emissor, forma uma barreira eficaz contra tentativas de fraude.

Riscos e recomendações práticas

Apesar das estatísticas mostrarem que a incidência de fraudes por aproximação é tão baixa quanto a do chip, existem práticas criminosas que visam adulterar terminais de pagamento. Técnicos falsos podem tentar instalar vírus para forçar a digitação da senha, capturando dados sensíveis.

  • Não entregar o cartão a terceiros e manter o chip sempre protegido.
  • Conferir cuidadosamente o valor exibido na tela antes de aproximar ou inserir o cartão.
  • Solicitar à sua instituição financeira o bloqueio ou desbloqueio da função por aproximação quando julgar necessário.
  • Atualizar-se sobre golpes recentes e ter cuidado no uso público em locais de grande movimento.

Tendências futuras e reflexões finais

A conveniência e a segurança percebida indicam que a migração para pagamentos por aproximação tende a acelerar ainda mais. Novas camadas de autenticação e sistemas de monitoramento contribuirão para manter os índices de fraude abaixo de 0,1%.

Ao escolher entre cartão com chip ou por aproximação, o consumidor conta com tecnologias robustas que, quando usadas com boas práticas, garantem máxima proteção em cada operação. Entender os mecanismos por trás de cada modalidade e adotar recomendações simples é o melhor caminho para usufruir da inovação sem abrir mão da tranquilidade.

Matheus Moraes

Sobre o Autor: Matheus Moraes

Matheus Moraes, 33 anos, é redator no documentarios.org, especializado em crédito pessoal, investimentos e planejamento financeiro.